Reportagem sobre precariedades em Boca do Acre (AM) repercute nacionalmente
A reportagem mostrando a situação precária em que vive o município amazonense Boca do Acre, veiculada nesta segunda-feira na TV 5, repercutiu nesta terça-feira no portal da BAND, do Amazonas.
Veja:
Boca do Acre sofre com desabastecimento
O município de Boca do Acre (AM), distante 1.028 km de Manaus, está com a estrada em situação precária. Logo no primeiro trecho da BR-317, que liga o Acre ao Amazonas, a reportagem encontrou condutores insatisfeitos saindo da cidade em direção a Rio Branco (AC).
GALERIA DE FOTOS: Condição da estrada causa desabastecimento em Boca do Acre.
A via está com enormes valas e buracos, que tornam a rodovia intrafegável. “Péssima”, comentou o motorista Antero Augusto sobre a situação da pista.
Os veículos das empresas que abastecem a cidade estão quebrando, o que torna a vida das pessoas mais difícil. Dono de uma frota de caminhões boiadeiro, Raimundo Rodrigues, não esconde a insatisfação.
“Pessoal de Boca do Acre é muito hospitaleiro, não mereciam isso não. Todo ano é essa dificuldade. Chega o inverno, e acaba tudo o que tem [no município]. Todo ano eu reformo duas vezes o caminhão, e nós não estamos mais aguentando.”
Até Boca do Acre, a BR-317 tem trechos alternados entre terra e asfalto.
O taxista Gerdes Matos perdeu a conta de quantas vezes ele e os amigos atolaram e quebraram os carros. “Bate o motor de táxi, bem uns cinco táxis. Andamos em comboio, de dez, vinte carros. Passa todo mundo a pé, aí depois passava sozinho empurrando o carro.”
Mais próximo do município, a Secretaria de Infraestrutura de Boca do Acre faz manutenção nos trechos mais complicados. O secretário de obras, Edgley Melo, ressalta que apesar da estrutura ser pouca, as intervenções estão permitindo o tráfego dos veículos.
“O município está fazendo devido à estrada estar interditada, nós estamos trabalhando para desinterditar e dar o tráfego para a população.”
Desabastecimento
Há dois meses a cidade sofre com desabastecimento, mesmo com uma estrutura fluvial boa. As prateleiras dos comércios estão vazias e boa parte dos postos de gasolina não tem combustível.
Um litro de gasolina chegou a ser vendido a dez reais, como conta a frentista Rita Lima. “Tem pessoas que vendiam por esse preço. Outros vendiam de seis [reais], cinco.”
As ruas estão esburacadas, não possuem calçadas e a coleta de lixo é feita com muita deficiência.
*Repórter da Band no Acre